sábado, maio 27, 2006

O dilema de trocar a redação pela assessoria

Por ARTHUR LESSA

Divulgar, denunciar, investigar. Estas, entre outras, são metas de qualquer jornalista que trabalhe como repórter em uma redação de jornal, rádio ou televisão. Para estes profissionais o trabalho é apaixonante, mesmo com remunerações normalmente baixas. Mas atualmente cresce uma categoria de jornalistas que abdicaram da rotina de ‘detetives’ para se tornarem assessores de imprensa. A ocupação já sofreu bastante preconceito, mas nos últimos anos tem mostrado sua importância e credibilidade. Destacam-se na região, por exemplo, os jornalistas Sandro de Mattia e Andressa Fabris.
Sandro de Mattia iniciou a faculdade de jornalismo em 1995, na Unisul de Tubarão, enquanto trabalhava no setor metalúrgico. Fez seu primeiro estágio, no Jornal do Sul, escondido da mãe, pois ainda estava empregado na indústria. Logo após este episódio, largou o emprego e dedicou-se ao jornalismo. Trabalhou no Jornal da Manhã e por um ano fez o programa Sul Positivo na RBS TV Criciúma.
Mattia diz que sente saudades de trabalhar numa redação, mas escolheu ir para a assessoria pois os horários são fixos e oferece uma melhor qualidade de vida. Ele começou na prefeitura municipal de Nova Veneza, logo depois trabalhou na prefeitura municipal de Criciúma durante o mandato de Décio Góes, inclusive durante o processo de cassação ocorrido logo após ser reeleito para o cargo, no fim de 2004. Atualmente ele trabalha como assessor de imprensa tanto na área empresarial, na Construtora Fontana e Sinduscon, quanto na política, com o deputado federal Jorge Boeira (PT-SC), e diz que não tem medo de ficar com seu nome vinculado ao partido.
- Quando você faz um trabalho sério, você ganha credibilidade. O problema é quando o assessor tenta ser marqueteiro, mas isso compete ao publicitário - afirma Sandro.
Segundo ele, a principal diferença entre assessorar uma empresa ou uma pessoa pública é que quando se trata de um político, por exemplo, ele deve instruir o cliente em como falar e se portar, além de abrir caminhos para este nos veículos; com uma empresa, o profissional deve cuidar da comunicação interna e, principalmente, externa, mas em nenhum dos casos pode tentar vender o produto.
Andressa Fabris é formada em jornalismo desde 1994, pela UFSC, e já trabalhou na Fucri (atual Unesc), no Jornal da Manhã, Tribuna Criciumense, ambos de Criciúma e na rádio Difusora de Içara. Desde 2003 focou o seu trabalho exclusivamente na área de assessoria. No ano passado ela fundou sua segunda empresa de assessoria, a Alfa Comunicação Social, e tem atualmente sete clientes, entre eles CDL, Shopping Della Giustina e Rio Deserto. Além de fazer o contato entre o cliente e os meios de comunicação, a empresa faz balanços sociais, informativos entre outras publicações. Além das assessorias, responde por uma coluna sobre economia do jornal A Tribuna. Isto não a atrapalha, pois ela procura separar bem as duas ocupações, não favorecendo seus clientes nem dando notícias de primeira mão sobre eles.
Andressa diz ainda que não pretende voltar às redações.
- Não me acho apta a voltar às redações de jornal pois, ao cobrir uma pauta, verei com outros olhos.
Mas mesmo assim, afirma que é importante para um jornalista passar por lá, pois é onde ele aprende o que a teoria não ensina. Além de saber como funciona para saber como se relacionar com os veículos.
- Ainda existem muitas empresas que não dão muita importância para a assessoria e contratam para o cargo pessoas que não são da área. Estas pessoas, além de não ter conhecimento de quais informações são importantes e como devem ser passadas, não tem experiência pra saber que passar release na hora da reunião de pauta ou no fim da tarde é um bom caminho para queimar o filme - assegura.
Ela também acha que as faculdades deveriam dar mais espaço para a assessoria de imprensa na sua grade curricular.

Comunicação Empresarial em alta

Por TAÍS FERNANDES

O jornalismo empresarial é uma área da Comunicação Social que cresce com intensidade. Profissionais que entram nesse caminho passam a ser um misto de jornalista e publicitário com a única diferença: cria imagem, mas não usa argumentos publicitários para isso.
Dois conhecidos assessores de imprensa, da região, são Andressa Fabris e Sandro de Mattia. Ela, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e ele pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), seguiram a mesma linha profissional e se dedicam à área de assessoria.
Andressa, já trabalhou em outros meios de comunicação e hoje é dona da Alfa Comunicação Empresarial, prestando serviços a oito empresas, entre elas as empresas Rio Deserto. Mattia concilia a assessoria da Construtora Fontana e do deputado federal Jorge Boeira (PT-SC).
Em entrevista coletiva na última semana, os dois jornalistas falaram sobre a importância da teoria que é passada aos profissionais quando acadêmicos, e da prática que se adquire quando estes entram no mercado de trabalho.
- Não existe um bom prático sem a teoria. Os dois se complementam - disse Mattia.
Questionados sobre a divulgação da verdade independente da situação, os jornalistas falaram da importância de nesses casos sentarem com os clientes (assessorados) e conversarem sobre o assunto em questão.
- Em todos os momentos teria e tem que se mostrar a verdade - declarou Andressa.
Os dois explicam que o ideal para sair de um possível escândalo é divulgar até onde a história relatada nos meios de comunicação é verdade e tentar sair por cima na situação corrigindo os erros.
A credibilidade do jornalista é algo sempre colocado em questão, seja para os leitores, ou para quem contrata seu serviço. Na opinião de Andressa a credibilidade do assessor de imprensa se constrói enviando material para divulgação, de acordo com cada meio, pautas específicas para TV, rádio e jornal impresso.

Um novo mercado para jornalistas da região

Por SILMAR WELTER

As empresas da região estão abrindo espaço para o trabalho do assessor de imprensa. Esta é a opinião dos jornalistas Andressa Fabris e Sandro De Mattia. Os dois trabalham assessorando empresas de vários setores. Eles foram os convidados da entrevista coletiva com alunos da terceira fase do curso de Comunicação Social, da Unisul. A intenção do encontro foi conhecer melhor esta nova oportunidade que o mercador vem oferecendo aos profissionais.
Para Andressa, é um espaço que começou a se abrir para os profissionais da área de Comunicação Social somente na última década. Ela e outras duas jornalistas foram pioneiras na criação de uma empresa de assessoria, a EPA Comunicação, em Criciúma, em 1994. Depois de passar por redações de jornais, sem nunca ter abandonado a função de assessora, Andressa Fabris retornou à assessoria empresarial. Hoje tem duas funcionárias, também jornalistas, que fazem parte da equipe que presta serviço para sete empresas da região, incluindo um shopping e empresas mineradoras.
- Não tenho a menor vontade de voltar para uma redação - responde, quando perguntada sobre o dia-dia das redações de jornais.
Opinião diferente tem Sandro De Mattia. Segundo ele, o conflito entre ter uma remuneração melhor, com finais de semana e feriados e o ´cheiro da redação´, de tempo em tempo, aparece em sua cabeça. Mattia também atua como assessor de um político, o deputado federal Jorge Boeira (PT-SC). Segundo ele, pode-se trabalhar com um político sem comprometer a própria credibilidade e sugere que é preciso fazer o político “sempre falar a verdade, acima de tudo. E o assessor e nunca se filiar a nenhum partido”.
Para os dois jornalistas, o importante é saber que, mesmo na função de assessor, o profissional pode se realizar. Mas julgam necessário passar por redação de algum veículo para saber exatamente o que interessa aos editores e que de forma vender o produto para cada meio de comunicação.

O futuro do jornalismo está na assessoria de imprensa

Por ALEX CICHELA

No mundo atual onde transmitir informações é fundamental para o desenvolvimento de uma empresa, a assessoria de imprensa entra como peça importante na execução deste trabalho. Pertence a ela a atribuição de levar ao conhecimento público as ações de uma empresa, sejam elas de interesse político, social, religioso, comercial, financeiro e outros que necessitem de respaldo na opinião pública.
A jornalista Andressa Fabris e o jornalista Sandro de Mattia contaram em uma entrevista coletiva, como é o andamento e funcionamento de uma assessoria de imprensa. Andressa formou-se na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e iniciou a carreira no Jornal da Manhã, de Criciúma, onde trabalhou na editoria de economia. Passou também pela rádio Difusora, de Içara. Atualmente possui uma empresa de assessoria a Alfapress e também assina uma coluna no jornal A Tribuna.
Sandro de Mattia começou sua vida como metalúrgico. Formou-se no curso de jornalismo na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Trabalhou também no Jornal da Manhã, seguindo então para a rádio Eldorado e rádio Ulha Negra, ambas de Criciúma. Atualmente é assessor de imprensa do deputado federal Jorge Boeira (PT-SC) e também da Construtora Fontana.
Em uma empresa de assessoria, todos os ramos de atividades são potenciais clientes, mas os principais são empresas de pequeno e médio portes, já que muitas delas não sabem ao certo como funciona a atividade e apenas têm uma idéia geral sobre a divulgação de seus produtos.
Sendo assim um ponto importante levantado por ambos os jornalistas, foi que: para trabalhar em uma empresa de assessoria o jornalista precisa ter uma grande credibilidade em seu meio. Mattia afirmou que para ser um bom assessor de imprensa não basta apenas saber a teoria aprendida em sala de aula, mas que a prática também vale muito. O jornalista torna-se mais ágil para livrar-se de problemas do dia-a-dia.
Então pode ser possível sair da faculdade e ir direto para uma assessoria? Sim, foi o que os entrevistados disseram, mas a convivência em uma redação torna o jornalista mais conhecido dando a ele mais credibilidade em seu meio.
Quando perguntada se fazia algum tipo de pesquisa antes de começar a fazer a assessoria de uma empresa Andressa respondeu que um jornalista sempre sabe com que tipo de empresa esta lidando.
Um ponto também muito levantado na coletiva foi o fato de como um assessor mostra os problemas de seu cliente. Sandro por ser assessor de um deputado foi questionado a respeito de como tratar caso houver algum problema com seu cliente, e novamente ele levantou o ponto da credibilidade do jornalista.
- Mesmo que o problema com o cliente seja de extrema dificuldade é de responsabilidade do assessor passar toda a verdade para a imprensa, pois o ele tem obrigação com a verdade – disse.

Bom trabalho resulta em credibilidade

Por FRANCIELE FERNANDES

A experiência profissional e maneiras de lidar com o homem público (políticos) foram assuntos que dominaram a entrevista coletiva do jornalista Sandro de Mattia. Acompanhado da colega de profissão Andressa Fabris, ele falou por mais de uma hora para os alunos da terceira fase de Jornalismo da Unisul de Tubarão.
Mattia também esclareceu para alguns estudantes, o que é assessoria de imprensa. Ele disse que se trata da gestão do relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa, órgão público e a imprensa.
Ele também assumiu uma posição na polêmica sobre quem deve fazer a Assessoria de Imprensa: se é o jornalista ou o relações públicas.
- É o jornalista quem deve ocupar esse cargo, pois conhece e presencia a vida do jornal diário, sabe como lidar com a imprensa e órgãos públicos – destacou.
Mattia também lembrou a importância da ética e da credibilidade que se conquista, sendo um ótimo profissional.
- Já trabalhei para vários políticos de vários partidos e nem por isso deixo de ser parcial, pois minha credibilidade eu conquistei, e não quero perder. Tenho ética e faço o possível para que os outros olhem meu trabalho como um profissional, e não como uma marionete - explicou.
- Apesar de a imagem ficar marcada como assessor de certo partido, ou de certo político, não deixo de fazer minha parte, já trabalhei para muitos políticos, de vários partidos, e não sou taxado como anti-ético, pelo contrário faço a minha parte. Se o político não colaborar, eu caio fora - acrescentou.

A estratégia do Jornalismo na divulgação de empresas e pessoas públicas

Por MARCO ANTONIO MENDES

A assessoria de imprensa é um dos campos do Jornalismo que atualmente cresce muito. As pessoas públicas e as empresas estão cada vez mais sentindo a necessidade de manter uma relação direta e ostensiva com a imprensa.
Para o jornalista este é um grande desafio já que deve saber de praticamente tudo o que está relacionado ao seu cliente. É uma das áreas mais estratégicas dentro desta profissão. Deve-se pensar em como fazer para divulgar alguém e, além de exercer o seu trabalho, deve-se, também, ter noções de administração, caso tenha desejo de montar sua própria empresa. Este, por exemplo, é o caso da jornalista Andressa Fabris que trabalha como assessora de imprensa há 13 anos, mas somente no ano passado resolveu criar a Alfa Comunicação Empresarial. Segunda a profissional, ela ainda é contratada por seu nome, mas quer mudar esta situação ganhando e creditando em sua empresa todo o seu trabalho e de seus funcionários.
O jornalista Sandro de Mattia, que também trabalha com assessor de imprensa, não acredita que esta seja uma área de promoção de determinada empresa ou pessoa pública, pois o papel do assessor é manter uma boa relação com as mídias e informá-las sobre o que ocorre com o cliente. Mattia diz que pessoas públicas costumam ganhar mais espaços na imprensa.
- Geralmente os jornais publicam mais notícias relacionadas a pessoas públicas porque é de interesse de grande parte dos leitores. Para as empresas é um pouco mais difícil divulgar suas atividades, pois alguns setores da mídia vêem isso como publicidade.
O grande debate envolvendo a assessoria de imprensa com Jornalismo ou Relações Públicas fica evidenciado de uma maneira clara tanto por Andressa Fabris quanto por Sandro de Mattia. Ambos acreditam que este é um papel do jornalista, pois o assessor deve divulgar a imagem do seu cliente e manter um contato com a imprensa. Quem faz Relações Públicas tende a manter um relacionamento direto para com outras empresas ou pessoas.
Diante da tradição do jornalismo de pagar baixos salários, o trabalho em Assessoria de Imprensa pode ser um pouco mais rentável. Para Andressa e Mattia esta é uma das áreas da profissão que mais se pode ter uma vida tranqüila e menos corrida, se comparada com a de um repórter. Andressa confessa que não sente falta de uma redação de jornal e Mattia ri, dizendo que o salário é um pouco maior.

segunda-feira, maio 22, 2006

Assessoria de Imprensa: jornalistas x relações públicas

Por FILIPE CASAGRANDE

A importância da área de assessoria de imprensa para os jornalistas e para os acadêmicos vem crescendo a cada dia. Foi pensando nisso, que a aula de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa Jornalística 2, promoveu uma entrevista coletiva com jornalistas da área e acadêmicos do terceiro semestre de jornalismo da Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul. Os entrevistados foram Andressa Fabris e Sandro de Mattia.
Andressa Fabris, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, em 1994, é proprietária atualmente na Alfa Comunicação Empresarial, e presta assessoria e planejamento de comunicação para diversas empresas, entre elas o shopping Della Giustina, empresas Rio Deserto e Câmara do Dirigentes Lojistas – CDL. Ela já teve passagem em diversos setores da mídia, entre eles, Jornal da Manhã e a Rádio Difusora de Içara, onde foi coordenadora de redação. Em sua empresa faz questão de frisar que não faz markenting.
- Eu optei em não concorrer com potenciais parceiros, como agências de publicidade. Divido bem o markenting com o jornalismo - explica.
Boa parte dos cursos de jornalismo não têm uma matéria específica para preparar o acadêmico para ser um assessor de imprensa e na visão de Andressa Fabris isso é um erro.
- A teoria da universidade não ensina a vender os argumentos. Sendo frila, ou tendo uma empresa, tu tens que vender teu argumento, de que a tua matéria é a melhor - disse.
Sandro de Mattia, entrou no jornalismo em 1995 na Unisul. Teve passagens pelas assessorias de imprensa das prefeituras municipais de Içara, Nova Veneza e Criciúma. Está há quatro anos como assessor de imprensa da Construtora Fontana e recentemente na assessoria do deputado federal Jorge Boeira (PT-SC). Para ele é mais fácil atrair a mídia atrai para o homem público porque representa uma entidade.
O perfil ideal de um assessor de imprensa, é aquele que conhece a redação dos jornais, rádios e televisões, pois é para eles que um assessor deve fazer a matéria.
- Tua relação com um repórter de redação ajuda muito na tua credibilidade. É fundamental. Antes de conquistar o leitor, tu tens que conquistar quem vai escrever a matéria - afirma Mattia.
As funções do assessor de imprensa têm sido discutidas na Câmara dos Deputados em Brasília. Há uma disputa entre os formados em Jornalismo e Relações Públicas. Para Andressa, essa atribuição precisa ficar com os jornalistas.
- O perfil de um assessor de imprensa é um pouco de relação pública e de jornalistas. O cara do jornal respeita mais o jornalista que o relações públicas. A formação do RP tem foco em liderança, comunidade e relacionamento com o público. Já a formação do jornalista tem mais proximidade com a redação de jornal, rádio e TV - finaliza.

Assessoria de Imprensa: trabalho para jornalista

Por EDNILSON PERDONÁ

A assessoria de imprensa deveria ser realizada somente por jornalistas profissionais que através da universidade buscam o conhecimento técnico para desempenhar bem essa função e servir a sociedade com notícias relevantes à sua informação e formação.
Entretanto, essa proposta apresenta-se na prática empresarial e política da região de modo contraditório. O que vemos são órgãos públicos contratando profissionais desqualificados tecnicamente para prestar esse serviço e ainda gerando dificuldade para a inserção de novos jornalistas no mercado de trabalho.
Porém, somente contratar o profissional não garante o espaço do cliente na mídia. Isso também vai depender da atuação do contratante, seu relacionamento social ou de sua empresa fazer algo que mereça destaque nas páginas dos jornais.
Mas, qual notícia desperta maior interesse na mídia? Para o jornalista Sandro de Mattia, assessor do deputado federal Jorge Boeira (PT-SC), a mídia tem mais interesse na informação relacionada à atuação ou comportamento do político. Notícias relacionadas ao homem público ganham mais facilmente espaço nos jornais e outros veículos de informação.
- O projeto de um deputado ou sua omissão diante de um problema enfrentado pela população ganha as primeiras páginas - diz.
Mattia, que já prestou assessoria para políticos do PT, PP e atualmente além do deputado Boeira, assessora um empresário ligado ao PMDB de Criciúma, diz ainda que no exercício da profissão, o jornalista precisa ter o cuidado de não se identificar com posturas pessoais do cliente e nem filiar-se a partidos políticos, pois, ao encerrar o contrato de trabalho poderá perder espaço e prestigio profissional.
- O jornalista também precisa estar atento e atualizado sobre os acontecimentos que envolvem seu cliente. Para isso a informação e a verdade sobre os fatos precisam ser uma prática diária na vida do profissional - considera Andressa Fabris, jornalista e sócia da empresa Alfa Comunicação empresarial. Os jornalistas também afirmam que assessoria de imprensa deve ser prestada a empresários ou políticos por jornalistas.

Redação antes de assessoria

Por JOAQUIM SANTOS

Durante entrevista coletiva aos acadêmicos do terceiro semestre de jornalismo, os jornalistas Sandro de Mattia e Andressa Fabris falaram sobre uma tendência atual na profissão: a Assessoria de Imprensa. Os jornalistas, que trabalharam em vários veículos de comunicação no Sul do Estado, hoje dedicam-se exclusivamente ao trabalho de assessoramento para empresas e pessoas públicas. De Mattia é assessor do deputado federal Jorge Boeira (PT-SC) e da Construtora Fontana. Já Andressa, é proprietária de uma empresa do setor, a Alfa Comunicação, que presta serviço de mídia training, planejamento de comunicação empresarial externa, interna e marketing.
Vários questionamentos foram feitos pelos alunos do curso e uma das perguntas mais freqüentes foi com relação a possibilidade de uma acadêmico recém formado ingressar diretamente em uma assessoria sem antes passar por um veículo de comunicação, como o jornal, por exemplo. De Mattia foi enfático ao opinar a respeito. Disse que a experiência adquirida em uma redação é primordial.
- Você sai da universidade com uma fundamentação teórica muito boa, porém é preciso conhecer, vivenciar o dia-dia de um veículo para descobrir os melhores horários, o momento certo de trabalhar com o repórter - salientou.
Andressa destacou a necessidade do bom relacionamento com os editores.
- É necessário que haja acima de tudo, cumplicidade, compreensão e amizade com os profissionais do jornal, para que suas matérias sejam veiculadas sem problema - ressaltou.
Ela disse ainda que a chave principal para o sucesso nessa área é a credibilidade, demonstrar e passar confiança às pessoas e ao seu público alvo, os repórteres de redação, trabalhar com total transparência e jamais filiar-se a qualquer partido político.
Terminada a entrevista coletiva, Andressa Fabris e Sandro De Mattia falaram do projeto idealizado por eles, criado para aproximar ainda mais a classe jornalística da região, com palestras, debates e conversas informais a respeito da profissão. O Fórum de Debates em Jornalismo ocorre em dias marcados pelos próprios jornalistas. Maios informações podem ser obtidas no blog www.alfapress.blogspot.com.

Profissão: assessor de imprensa

Por LAURA PERUCHI

- Não há ferramenta mais estratégica no jornalismo do que a assessoria de imprensa.
Essa é a opinião do assessor de imprensa Sandro de Mattia, exposta em entrevista coletiva ao terceiro semestre do curso de Jornalismo, realizada na Unisul. Juntamente com a também assessora Andressa Fabris, os dois responderam às diversas dúvidas e indagações dos alunos.
Para Andressa, a universidade deveria dar mais espaço para a assessoria.
- É um mercado em ascensão, um ambiente alternativo. Até porque não há redações suficientes para absorver o número de jornalistas formados - diz ela, que trabalha há 12 anos na área e tem uma empresa de comunicação empresarial, com clientes como a Câmara de Dirigentes Lojistas de Criciúma e o Shopping Della Giustina, entre outros.
- É uma área com um ritmo mais tranqüilo do que as redações - declara De Mattia, que já trabalhou em assessorias de prefeituras como Içara e hoje assessora o deputado federal Jorge Boeira (PT-SC), além da Construtora Fontana e do Sindicato da Construção Civil. Apesar de se levar uma vida mais calma, ele diz que o aperfeiçoamento deve ser constante:
- É preciso buscar a reciclagem; a teoria é fundamental – recomenda
- A assessoria facilita o relacionamento do cliente com o público através da mídia. É preciso estudar marketing, planejamento estratégico e comunicação estratégica – acrescenta Andressa.
Perguntado sobre o fato de a imagem de um assessor político ficar marcada para trabalhos posteriores, Mattia foi sincero – o jornalista corre o risco, sim, de ser taxado de partidário, porém, é possível reverter o quadro.
- O que dá o diferencial é a forma de atuação junto aos veículos e a credibilidade adquirida. Dessa forma, é fácil contornar a situação.
Ele ainda dá a dica:
- Nunca se filie ao partido de seu assessorado e não defenda a ideologia do partido como verdade de profissão.
O assessor ainda disse que é mais fácil emplacar notícias sobre o homem público, o político, do que o empresário.
- O homem público precisa dar respostas à comunidade, por isso a mídia sempre vai dar mais atenção a ele.
Os jornalistas concordam que a carga teórica adquirida na universidade é fundamental ao exercer a profissão – apesar de a prática não seguir tais ensinamentos à risca.
- Precisamos ser um pouco vendedores. É necessário argumentação para convencer o cliente da estratégia e para vender a pauta aos veículos. Isso não é ensinado na faculdade – concordaram.
Os dois ainda declaram que a passagem por uma redação é primordial.
- Você até pode trabalhar em uma assessoria sem ter passado por uma redação, mas essa experiência é importante para pôr em prática tudo que se aprende na universidade - acredita Mattia.
E já que o assunto era redação, foi perguntado se eles têm saudades de seus tempos como repórteres. Andressa foi enfática:
- Não tenho saudades da redação. Eu gosto da assessoria.
Mattia prefere a assessoria por trazer mais conforto. Entretanto, foi nostálgico ao falar do corre-corre dos jornais:
- Sinto saudades da correria, do cheiro de café, do cheiro de tinta, do cheiro da redação.

Produsul 2006

Os textos que seguem abaixo foram produzidos no dia 13 de maio de 2006 e referem-se a rotina de trabalho e show da Produsul 2006. A pauta que os estudantes seguiram pode ser conferida no primeiro post com data de 13/5.

Publico quer Red Hot Chilli Peppers ou U2 em 2007

POR MARCO ANTONIO MENDES

Em época de Produsul, o grande assunto em rodas de jovens e adultos é, com certeza, os shows que acontecerão e animarão a maior feira-festa do Sul de Santa Catarina. Com uma programação musical bem variada, levando em conta as várias faixas etárias, a feira, este ano traz nomes bem conhecidos do público e outros nem tanto, dando a oportunidade de divulgar e atrair os curiosos que desejam conhecer algumas das bandas.
O empresário Antônio Mendes, que assistiu no sábado o show da banda internacional Creedence, achou a feira bem organizada e segura, principalmente por haver policiamento ao seu redor e, até mesmo, dentro da área de realização das apresentações.
- O que faz com que as pessoas tenham, talvez, vontade de retornar outras vezes, durante o evento - disse.
A acadêmica do curso de Publicidade e Propaganda da Unisul, Talita Zomer, diz que vai a quase todos os shows, principalmente das bandas de rock, seu estilo musical preferido. Para ela, a cada ano que passa o evento se supera.
- Cada vez mais a Produsul traz apresentações que atraem de verdade o público. Está diversificada, mas atende, principalmente o público jovem - conta a universitária que já foi no show da Pitty e do Rappa e pretende ir no Reação em Cadeira e CPM22.
Mas como as opiniões sempre são muito diferentes, há pessoas que gostariam de ver mais criatividade na escolha dos espetáculos. A universitária Fernanda Florêncio achou a feira muito interessante e original, porém as atrações musicais não a agradaram tanto.
- Dizem que uma pesquisa é realizada para saber que shows o público deseja assistir, mas infelizmente nenhum me deu vontade de ir, quem sabe no próximo ano façam uma pesquisa maior - sugere.
Apostas já estão sendo cogitadas sobre as atrações que supostamente poderiam vir à cidade em 2007. Na Internet, segundo o site de relacionamentos, Orkut, as opiniões são bem diversificadas, mas as mais citadas são as bandas de rock como Charlie Brown Jr, Engenheiros do Havaí, além de Jota Quest e Nenhum de Nós. Inimigos da HP representa as bandas de pagode mais lembradas. Existem também, os sonhadores, que pensam em trazer para Tubarão Red Hot Chilli Peppers e U2.
De acordo com os organizadores, os contatos para as apresentações da próxima edição da feira-festa começam com quatro meses de antecedência da sua realização.

quarta-feira, maio 17, 2006

Segurança e limpeza dão trabalho

POR GIOVANNI COSTA

Aberta nesta sexta-feira (12/5), a Produsul dá um passo ousado. Nesta edição de 2006 serão dez dias de festa e nomes como Pitty, O Rappa, Bruno e Marrone fazem parte da lista de shows nacionais que se apresentarão durante o evento. No entanto, a atração mais esperada é o show internacional da banda Creedence Clear Water Revisted, clássico do rock nos anos 80, que trará a cidade de Tubarão, visitantes de vários Estados do país.
Para garantir a segurança do evento, a policia militar local estará atuando com aproximadamente sessenta e nove alunos policiais, estes que se formarão em setembro, além do policiamento normal. Já dentro do Centro de Convenções Adhemar Paladini Ghisi, local onde ocorre a Produsul 2006 e a terceira Feinco – Feira da Indústria e Comércio, a organização contratou uma equipe de 150 seguranças, que se revezam dia e noite. Os proprietários das barracas que trabalham ao redor da festa, também mostram preocupação com a segurança. O desempregado Ademir Guasselli cuida de uma dessas barracas.
- Eu começo a cuidar quando eles fecham. Hoje cheguei às 5h30min e só vou sair as 18 horas quando o dono voltar para trabalhar - disse.
Guasselli ressalta também que “esse trabalho mesmo sendo por pouco tempo, já ajuda a garantir um dinheiro para sustentar as minhas duas filhas pequenas”.
Dentro do centro de eventos o trabalho também não pára.
- Quando os shows acabam é quando começamos a trabalhar - afirmou Maria Aparecida Aguiar da Silva, de 50 anos, que trabalha há 15 anos na limpeza do local onde acontece a Produsul.
- Encontramos de tudo, dinheiro, brincos e até alianças - relatou Aparecida.

Trabalho garante comida na mesa

POR TAÍS FERNANDES

Enquanto milhares de pessoas se preparam para aproveitar as atrações da Produsul 2006 outras tantas vêem nessa festa uma oportunidade de ganhar uma grana extra. Segundo o site da festa o evento gera mais de 20 mil empregos diretos. Nessa estatística entra o desempregado Ademir Guasselli, de 50 anos.
Sem emprego há quase quatro meses, Guasselli foi contratado para guarnecer, durante os dez dias da festa, uma barraca de cachorro quente localizada em frente ao Cecontu. Todos os dias, a partir das 5 horas e 30 minutos, ele assume a responsabilidade da barraquinha, que mesmo fechada precisa de cuidados para não ser furtada. A jornada de Guasselli só termina às 18 horas, quando a movimentação nas barracas inicia.
- Às 18 horas eu pego a minha bicicleta e vou para casa. Moro longe daqui. Pedalo mais de oito quilômetros, mas vou feliz por saber que estou garantindo comida na mesa - comenta ele.
Antes de perder o emprego Guasselli trabalhava como servente de pedreiro e explica que foi despedido por falta de trabalho.
- Fiquei de receber o seguro desemprego, mas a empresa não pagou. Recorri ao Ministério de Trabalho. Eles acertaram uma papelada para mim poder receber. Mais de 35 dias se passaram e eu nem vi a cor do meu dinheiro - lamenta.
Enquanto não recebe, a alternativa do ex-servente é procurar bicos para sobreviver.
- Procuro bicos de jardinagem, cuido de carros nas ruas, faço o que eu posso.
Quando interrogado sobre as perspectivas de vida Guasselli disse que seu sonho é ganhar na mega-sena.
- Se eu conseguisse ganhar eu iria ajudar toda a minha família, meus irmãos e, é claro, daria uma vida melhor às minhas filhas - declara.
Emocionado o senhor diz que mais uma vez vai passar o dias das mães longe de quem gerou a sua vida. Ela mora em Lages e a última vez que a viu foi há dois anos e por intermédio de carona.
- Minha família é toda de lá. Um dia peguei carona com um vizinho que estava subindo a serra e fui lá ver minha velha. Mas agora não tenho condições. A passagem é muito cara e se já vivo de bicos não tenho mesmo condições de vê-la.
Ele finaliza dizendo que “graças a Produsul” conseguiu garantir uma jornada fixa de trabalho, ainda que por poucos dias.
- É muito bom levantar cedo e saber que tenho onde trabalhar.

Por trás da Produsul

POR LORIDANA SATURNINO

A abertura oficial da Produsul 2006, a maior feira-festa da região Sul, ocorreu no dia doze de maio às vinte horas e trinta minutos, em Tubarão. Na manhã seguinte do primeiro dia de festa, as pessoas da organização já estavam arrumando tudo para a próxima noite.
A zeladora Maria Aparecida de Aguiar da Silva trabalha há três anos na Produsul e tem o emprego provisório como principal fonte de renda, pois ela não possui outro trabalho.
- Começo às sete horas da manhã, todos os dias. Limpo o chão e ajudo na limpeza do banheiro também - disse Maria Aparecida.
- Somos em oito mulheres - completa.
Há quinze anos trabalhando no evento, a zeladora, que cuida da limpeza, já achou dinheiro e alianças no chão. Segundo Aparecida o aumento de dias de festa em relação ao ano passado “é bem melhor pois trabalho mais dias e com isso consigo um dinheiro a mais para ajudar nas despesas da casa” contou.
O casal Caus trabalha para a empresa Pipi Móvel e limpa os banheiros móveis do evento. Joanilce Caus, foi contratada pela empresa provisoriamente para trabalhar na Produsul.
- O público é relaxado - falou Joanilce.
Seu marido, Valério Caus, é fichado na empresa há três anos.
- A manutenção dos banheiros é feita uma vez por dia, trabalham na limpeza sete pessoas, sendo que três trabalham de manhã e quatro à noite - disse Caus.
- Fico direto no evento, mas só trabalho das seis horas da manhã até o meio dia, isso todos os dias - completa.
O segurança das barraquinhas, Nilton Teixeira, trabalha há três anos na Produsul. Ele fica das sete horas da manhã às sete horas da noite.
- Cuido das barraquinhas para ninguém incomodar os donos delas, eles dormem dentro para cuidar do que é deles - disse Teixeira.
Nas dezesseis edições já realizadas, a Produsul recebeu cerca de 1,9 milhão de visitantes e gerou cerca de vinte mil empregos diretos. No dez dias de festa desse ano, a expectativa é superar a edição passada.

segunda-feira, maio 15, 2006

Uma oportunidade de trabalho.

POR DANIELI ANTONELLO

Por trás do show de som e luzes tem muito trabalho pesado. Talvez quem visite a Produsul 2006, que está sendo realizada no Centro de Convenções de Tubarão (Cecontu), em Tubarão, nem imagine a quantidades de profissionais que colabora para que a feira atinja os objetivos esperados. São recepcionistas, seguranças, operadores de máquinas, garis, faxineiras, catadores de lixo e tantas outras atividades que são importantes para a realização da feira.
Mônica da Silva e Rosemeire Máximo trabalham na equipe que mantém a recepção aberta 24 horas. É ali que as principais informações são obtidas e quatro pessoas se revezam em turnos de seis horas.
Dentro da feira, também podem ser encontrados outras profissionais como as faxineiras Eliane Fernandes – que trabalha pelo segundo ano consecutivo - e Maria Aparecida de Aguiar da Silva - que há 12 anos trabalha na feira.
No início da manhã de sábado, dia seguinte a abertura oficial da Produsul, Maria Aparecida estava recolhendo lixo deixado pelo público que assistiu ao show da cantora Pitty. Ela contou que tinha acabado de encontrar uma nota de R$ 10,00 no chão, bem como tantos outros objetivos que já havia encontrado durante esses anos de feira, como brincos, bonés e até alianças.
A Produsul conta ainda com uma equipe de seguranças com cerca de 150 homens que se revezem durante a feira e os shows. Um deles é Nilton Teixeira. Ele relata que nunca aconteceu nenhum problema sério em relação a roubos ou furtos nos três que vem trabalhando na feira,
- O que eu posso fazer pela segurança da feira é não permitir a entrada de pessoas estranhas durante o dia e no período da noite observar o comportamento das pessoas, para perceber se pode haver ou não alguma briga ou confusão- explica.
Dentro da feira, há uma equipe da manutenção dos banheiros móveis, que são em torno de 80 em toda a Produsul. Uma equipe de oito pessoas se revezam para a manutenção feita uma vez por dia e a limpeza a que é realizada de acordo com a necessidade.
Em relação ao parque de diversões Diego Mello, organizador e operador de alguns brinquedos, diz que o movimento do primeiro dia foi fraco, mas acredita que durante os nove dias de feira ainda irá melhorar. Mello relata que o parque fica aberto das 14 horas até à meia noite, horário em que os portões dos shows são abertos aos público. O pavilhão central da feira, onde ocorre a Feira da Industria e Comércio (Feincos), também fecha à meia noite.

Simples profissionais garantem a festa

POR FILIPE CASAGRANDE

A festa da Produsul 2006 em Tubarão, teve a abertura de suas festividades na sexta-feira (12/05) com o show da cantora baiana, Pitty. Para o público, a primeira noite foi acompanhada de muito rock e agito. Muitas pessoas que compareceram o evento e irão retornar para os shows dos próximos dias, não repararam como foi encontradon a limpeza do local onde está instalado o eventoa à Produsul, no Centro de Convenções de Tubarão Adhemar Paladinio Guidi – CecontuECONTU. Para que a festa continue, uma série de profissionais trabalham arduamente, para receber o público num local limpo e organizado.
A funcionária da limpeza, Maria Aparecida Aguiar da Silva, trabalha há 12 anos na Produsul, o que não significa que ela participou de 12 edições da festa, pois teve ano que o show evento não foi realizadoaconteceu. Ela diz que para deixar o local limpo, o trabalho começa 6h:30min da manhã e não tem hora para terminar. Ela costuma deixar o local, somente depois de tudo quando o mesmo estará em condições para receber o público da próxima noite de shows.
Segundo Maria, eEm todas as edições da Produsul, ela sempre encontra algo de valor ou curioso, durante suas varreduras no pavilhão.
- “Já achei dinheiro, celular, inclusive aliança. De certo, as pessoas querem ficar tudo solteiras pra poder se soltar no show - ” afirmou Maria, imaginando de quem seria aquela aliança.
Para a funcionária da limpeza, responsável pela higiene nos banheiros, Joanilce Kaus, o trabalho é mais árduo. Ela começa a trabalhar às 6 horas da manhã e também não tem hora pra acabar.
- “O público, em geral, é porco. Deixam muitas sujeiras nos banheiros. Tem banheiros que ficam em estado lamentável - contou” afirmou Joanilce.
Segundo o funcionário de manutenção, da empresa Pipi Mmóvel, Valério Kaus, já chegaram a arrancar as tampas dos vasos sanitários.
- “Como a empresa é terceirizada, esse prejuízo acaba ficando nas contas da Produsul -” comenta Kaus.
Os comerciantes que vendem comidas e bebidas, para abastecer quem está se divertindo, geralmente vêem de longe e aproveitam para trazer uma barraca para dormir ao lado do estabelecimento. Segundo oO trabalho do segurança do local, Nilton Teixeira, é preciso deixá-los seguros.
- “Eles vem de Jacinto Machado, Criciúma, Laguna, entre outras cidades, para vender seus lanches na Produsul. Pra não ficar indo e voltando, eles dormem nas suas barracas, aqui mesmo. Então eu cuido pra ninguém ficar batendo do estabelecimento deles, para não acordá-los - explica”.

Recomeçar é preciso

POR DAIANI CHAVES

Depois da festa o que resta é sujeira, e um novo dia de trabalho para que tudo esteja pronto para a próxima noite. O dia começa cedo, mal as pessoas estão saindo do evento e outras já estão chegando o pessoal dapara fazer a limpeza. É sempre assim nas noites da Produsul RODUSUL de Tubarão.
Dona Maria Aparecida da Silva trabalha há três anos no evento, e além de trabalhar fazer na limpeza participa dos shows sempre que pode.
Sete horas, é o inicio de uma preparação para a próxima noite, montagem do palco, limpeza dos banheiros e do pátio.
Aliáas os banheiros são sempre os mais difíceis de limpar, por isso nessa edição da ProdusulRODUSUL além das pessoas que limpam no dia seguinte foram contratadoseles contam com funcionários para a manutenção durante os shows.
Ainda oOutros como seu Nilton Teixeira, que trabalha há três anos no evento, têm a obrigação de resguardar a paz daqueles que passaram a noite trabalhando. , sSim, pois a maioria dos comerciantes pessoal que tem barraca na Produsulo evento dorme ali mesmo, para não correr o risco de serem assaltados, pois já que elas barracas são cobertas somente por lona.
O evento ainda conta com 150 seguranças se revezando noite e dia, assistência medica e policial.
A Produsul ocorreRODUSUL acontece de 12 a 21 de maio. , Sserão dez dias de muitos shows e oportunidades de trabalho para muitos setores.

sábado, maio 13, 2006

Mais um dia de trabalho

POR FRANCIELE FERNANDES

Apesar dos shows da Produsul acabarem por volta das cinco horas da manhã, muitas pessoas ficam até tarde fazendo arrumações e limpando o local para o próximo dia do evento.
- Vou trabalhar todos os dias. Chego aqui as sete da manhã e vou embora por volta das duas horas da tarde. É o segundo ano que trabalho. É uma renda extra que entra para o orçamento da família - declara a empregada doméstica Eliane Fernandes.
Já a recepcionista Mônica da Silva salienta que está trabalhando desde o início da Produsul. - Somos em quatro pessoas e fizemos revezamento pois a recepção fica aberta 24 horas. Essa noite a feira fechou a meia noite e só os portões que ficaram abertos até as cinco horas da manhã por causa do show - explica Mônica.
Maria Aparecida de Aguiar trabalha há 12 anos na Produsul e fala que já encontrou muitas coisas de valor como aparelho celular, dinheiro e jóias.
- Uma das coisas que mais acho é dinheiro, também já achei muitas alianças - conta.
Maria também destaca que está desde a uma hora da tarde de sexta-feira (12/5) trabalhando.
- Cheguei aqui à uma hora da tarde de ontem (sexta-feira) e só fui embora à meia noite. Já estou aqui desde cedo (sábado). É uma correria, mas tem que limpar para o show de hoje a noite, mas gosto do que faço - ressalta.
Depois dos shows uma das principais atividades dos funcionários é deixar tudo limpo para o próximo dia. Muitos funcionários, dentre eles seguranças e zeladores, trabalham desde cedo para o conforto do público.
Uma das principais reclamações dos funcionários é a falta de educação dos visitantes.
- Eles quebram os banheiros. É muito estranho, ao invés de eles aproveitarem o show, ficam destruindo. Fica ruim porque a organização da Produsul tem que bancar, mas fora isso é um evento muito bom - diz Valério Caus responsável pela limpeza dos banheiros.

Produsul gera diversão e trabalho

POR DENISE MAURÍCIO

A Produsul, considerada o maior evento tradicional de negócios e entretenimento de Santa Catarina, que é realizada na cidade de Tubarão, sem dúvida gera empregos e entretenimento para a região Sul. Este ano o evento inova, aumentando a quantidade de dias e shows. Os portões que dão acesso aos shows são abertos à meia-noite e somente fechados às 5 horas. As milhares de pessoas esperadas para os dez dias de festa contam com uma estrutura de lanchonetes, seguranças e banheiros.
Mas não é somente os visitantes que circulam pela feira, pois a Produsul gera mais de 1500 empregos diretos. Pessoas como Mariângela Vieira que trabalha há 3 anos no evento. Ela comenta que adora muito o que faz, com a rotina diária das 7 às 14 horas e das 19 às 24 horas. Nesses dez dias ela consegue reforçar o orçamento da família.
- É muito bom trabalhar aqui, eles nos dão o almoço e pagam bem, sempre peço férias para a minha patroa, pois assim posso trabalhar no evento. Ganho mais do que se estivesse trabalhando em casa de família - afirma.
O evento conta com mais de 150 seguranças diários e para as noites de shows, conta com a presença da Polícia Militar. O segurança Arilto Souza Domingos, um dos mais antigos da Produsul, afirma que apesar de um grande público passar pelo evento, nunca viu casos de pessoas que se esconderam nos pavilhões para não pagarem ingressos para assistirem aos shows.
- Acho que as pessoas já saem conscientes de casa, pois nunca tivemos problemas de pessoas que se esconderam, ou quiseram entrar no camarim sem serem convidadas. Acho que a segurança não deixa espaço para isso - acrescenta.
Os profissionais de limpeza afirmam que acham muitos objetos pessoais. A faxineira Maria Aparecida da Silva, que trabalha há 12 anos na feira, já encontrou muita coisa.
- Sempre encontro dinheiro, celular e bastante aliança, acho que as pessoas querem ficar solteiras. Hoje acabei de encontrar R$ 10,00. É muito fácil de encontrar essas coisas aqui - disse.

Eles não se divertem

POR LAURA PERUCHI

Os portões de acesso à Produsul abrem diariamente às 14 horas e os shows ocorrem à noite. Apesar disso, várias pessoas revezam o trabalho o dia todo, para que o público encontre o local em ordem – limpo, organizado e seguro. É o que foi observado nesse sábado (13/5), dia seguinte à abertura oficial do evento.
Mônica da Silva e Rosimeri Máximo são um exemplo. Elas trabalham na recepção, que funciona 24 horas por dia, dando informações, atendendo telefonemas e vendendo ingressos.
- A abertura do evento superou as expectativas - disse Rosimeri, que vai trabalhar todos os dias, revezando com três pessoas.
As recepcionistas informaram que o show mais aguardado pelo público é o da banda Creedence Clearwater Revisited (sábado – 13/5). Para a atração internacional a organização espera um público de 25 mil pessoas. As recepcionistas ainda disseram que para o show do grupo O Rappa (domingo – 14/05), o número de policiais foi reforçado.
Durante a manhã, horário em que os portões encontram-se fechados, não há movimentação de público. Entretanto, o segurança Nilton Teixeira cuida da vigilância das pessoas que trabalham nas barracas de quitutes, para que não sejam incomodadas. Essas pessoas trabalham a noite inteira e descansam durante o dia, dormindo nas próprias barracas, já que vêm de outras cidades, como Criciúma, Laguna e Jacinto Machado. É o terceiro ano que Teixeira trabalha na Produsul, numa jornada que vai das 7h00 às 19h00.
Há quem seja “veterano” trabalhando no evento, como Maria Aparecida Aguiar da Silva. Faz 12 anos que ela trabalha na limpeza, começando às 6h30min manhã. Durante todo esse tempo ela já encontrou vários objetos que as pessoas perdem durante os shows como celulares, brincos e alianças. Momentos antes da entrevista, ela havia encontrado 10 reais. Maria ainda informou que todo o lixo recolhido é levado para reciclagem na localidade de Taquaraçu, no CTG do Tio Preto.
Além da área de movimentação de pessoas, os banheiros tomam atenção especial da equipe de limpeza. Janilce Caus trabalha nessa parte, durante todos os dias do evento, juntamente com seu marido, Valério Caus. A manutenção é feita uma vez por dia. Valério declarou que já aconteceram coisas inusitadas, como tampas de vasos serem arrancadas.
A abertura da Produsul aconteceu na sexta-feira, 12 de maio com o show da cantora Pitty e o encerramento é dia 21, domingo. Os stands são abertos à visitação durante todos os dias da festa, a partir das 14 horas e os shows ocorrem geralmente a partir da meia-noite.

Pauta: O dia seguinte

A abertura oficial da Produsul 2006 foi ontem. A festa atrai um grande público para os seus shows e eventos paralelos. Mas muita gente não está lá para se divertir. Muitos empregos temporários são gerados nesta época. O evento termina sempre de madrugada, mas tudo tem que estar pronto para o dia seguinte para a abertura dos portões. Vamos até lá conferir e contar o que acontece no dia seguinte. Vamos contar as histórias de quem já está trabalhando para deixar tudo em ordem. Vamos ficar atentos aos detalhes!