quarta-feira, abril 05, 2006

Rotina da Rodoviária de Tubarão

Os textos que seguem abaixo foram desenvolvidos pelos estudantes de jornalismo no dia 1º de abril e contam partes da rotina do Terminal Rodoviário de Tubarão - SC.

Historias que fazem rir e chorar

POR LORIDANA SATURNINO

O Terminal Rodoviário de Tubarão José Guizoni, possuí a Lanchonete Rodoviária que foi inaugurada em 2001. Segundo a funcionária Nislaine Cristina da Silva, de 27 anos, que trabalha na lanchonete desde que ela abriu, já aconteceram muitas situações engraçadas.
- Teve uma vez que chegou um rapaz em um sábado na lanchonete e disse que tinha sido assaltado por uma amiga. A amiga tinha roubado 300 reais e ele falou que ia atrás dessa amiga quebrar ela toda e pegar o dinheiro de volta. No domingo ele voltou à lanchonete falando que tinha conseguido pegar o dinheiro roubado com a amiga e que tinha quebrado ela toda. Ele comeu um monte e gastou em torno de dez reais. Pediu um x-salada e falou que ia ao banheiro, mas era tudo mentira, ele não tinha ido ao banheiro e estava fugindo para não pagar a conta. Fui atrás dele e ele estava disfarçando no orelhão para não ser reconhecido. Avisei para ele ir lá pagar a conta e ele foi, só que ele não tinha dinheiro para pagar. Pedi para ele deixar algo de valor, ele querendo dar o golpe, deixou uma carteira que não tinha nada dentro - contou Nislaine.
A funcionária diz que os ciganos, que estão sempre pela rodoviária, são os que mais incomodam. Eles comem, bebem e na hora de pagar a conta eles nunca têm dinheiro. Ela sempre chama a polícia para tirar os ciganos porque eles só enrolam.
- Uma vez uma cigana bebeu muito e depois começou a chamar um monte de palavrão, quando a polícia foi lá para resolver o caso, a cigana rapidinho pagou a conta e se mandou - lembrou .
- Teve uma vez que uma moça entrou correndo na lanchonete, sem os sapatos, gritando apavorada que o namorado queria matá-la. Os funcionários da lanchonete assuntados a colocaram no banheiro e o namorado queria pegar ela a todo custo. Chamaram o policial e então o suposto namorado falou que ela era uma moça de rua e que havia lhe roubado e estava mentindo tentando fugir dele - comentaou.
Em outra situação o problema surgiu com alguns meninos que freqüentam a danceteria Hangar, que fica em frentea rodoviária. Antes de entrar na danceteria eles foram à lanchonete comprar cigarros e bebidas. Nislaine falou que foram um dos poucos que conseguiram fugir sem pagar.
Mas nem sempre as situações são de furtos ou pessoas que não querem pagar a conta. Nislaine lembra também de histórias comoventes.
- Uma vez chegou uma moça sentou no balcão e pediu uma água, uma das funcionárias viu que a moça estava passando mal e disse para eu ir vê-la. Quando fui falar com a moça, ela desmaiou. Pedi ajuda e a colocaram deitada no chão, a moça me pediu para ligar para a mãe dela avisando do ocorrido. A mãe falou que ela estava fraca porque fazia três dias que ela não comia - disse.
A Lanchonete Rodoviária funciona 24 horas por dia, sendo quem os nove funcionários que ali trabalham se revezam em três turnos.

domingo, abril 02, 2006

Cerca de 15 mil pessoas passam todo mês pela rodoviária de Tubarão

POR GIOVANNI COSTA

O Terminal Rodoviário Interestadual / Intermunicipal de Tubarão foi inaugurado há seis anos. A construção do, prédio, localizado na Avenida Padre Geraldo Spettman 772 – Bairro Humaitá, custou aproximadamente 1,6 milhão de reais, quantia esta, dividida entre a Prefeitura Municipal e a Família Silva – empresa que gerencia o Terminal Rodoviário desde a sua inauguração.
Funcionando 24 horas, sete dias por semana, contando com três empresas de transportes e uma média de circulação mensal de 15 mil pessoas, torna-se notável a necessidade da prudência na gerencia dos serviços, incluindo a segurança dos civis e do próprio local. Segundo a administradora e também funcionária mais antiga da Rodoviária, que trabalha no setor há 23 anos, Dilcélia Leopoldo Monteiro disciplina é fundamental para manter a ordem.
- Tanto para as empresas que prestam os serviços de transporte rodoviário, como para nós, que gerenciamos o local, sempre foi usado como critério a organização e a responsabilidade para proporcionar segurança e satisfação às pessoas que embarcam ou desembarcam aqui no nosso Terminal – disse.
A infra-estrutura do local conta com amplo estacionamento, rampas e banheiros para deficientes físicos, posto policial para manter a segurança dos civis e também do local, pequenas lojas com revistas, livros e artigos para presentes e duas lanchonetes.
Para muitas pessoas a rodoviária é só um local de passagem, mas para outros é onde se passa a maior parte do dia. Um exemplo disso são os atendentes das lojas e agências de viagens e também a própria administradora do local, que passa o dia todo atendendo pessoas e resolvendo problemas.
- Geralmente são: bolsas e relógios perdidos. Quando alguém perde um documento e ele é posteriormente encontrado, nós encaminhamos diretamente a polícia para que ela tome as providencias cabíveis, nos isentando assim de qualquer problema - explica.

Número de seguranças poderá crescer no Terminal Rodoviário

POR TAIS PACHECO

Apenas um guarda noturno e guarnição da Polícia Militar (PM) de Tubarão. Esse é o quadro de segurança do Terminal Rodoviário José Ghizoni, localizado na Avenida Padre Geraldo Spettman no bairro Humaitá, em Tubarão.
O fluxo de pessoas que passam pelo local diariamente chega a cerca de 500 passageiros. Apesar do movimento funcionários, administração, comerciantes e passageiros em geral sentem-se seguros.
Segundo a prestadora de serviços da administração do Terminal, Dilcélia Leopoldo Monteiro, desde 2000, ano em que o local entrou em funcionamento, foram poucos os casos de furto e ocorrências policiais.
- Os fatos que aconteceram foram isolados. Nada que pudesse alarmar a população em geral - comenta.
- Houve uma vez em que algumas carteiras foram batidas, mas o problema foi resolvido é tudo voltou ao normal - acrescentou.
Dilcélia conta ainda que a administração do local estuda a possibilidade de montar um esquema especial de segurança. Ainda não há previsões de ser instalado.
- Com o passar do tempo o fluxo aumenta e para evitar o pior, a idéia de um esquema de segurança foi lançada. O fato de alguém fardado estar circulando no local já dá às pessoas uma certa segurança e aos bandidos um sinal de receio - finaliza.
Dentro do próprio Terminal Rodoviário há um posto da PM que foi inaugurado há cerca de um ano e dois meses. O posto conta com quatro policiais que se revezam nos trabalhos de guarda diariamente. O cabo Jéferson Luiz conta que assim que o posto foi instalado o número de ocorrências era maior. O principal motivo, segundo ele, seriam os acampamentos de ciganos localizados próximos à rodoviária.
- Ainda assim o número não era tão grande - lembra.
Sobre a possibilidade de um novo esquema de segurança o dono de uma loja instalada no terminal, Tiago Mendes diz que seria ainda melhor.
- Tubarão é uma cidade calma na questão de segurança. Se já me sinto bem agora, com certeza ficaria ainda mais tranqüilo se tivesse mais alguém realizando rondas na parte noturna - declara o comerciante.

sábado, abril 01, 2006

Entre calotes, sugestões e queixas

POR FRANCIELE FERNANDES

O Terminal Rodoviário de Tubarão José Ghizoni foi construído na Avenida Padre Geraldo Spettman, 772, bairro Humaitá e inaugurado em 2001. O objetivo foi melhorar o atendimento no setor de transportes, para os passageiros de Tubarão e da região Sul.
Hoje o Terminal conta com treze empresas de ônibus, internas e externas da cidade de Tubarão. Por ele passam diariamente cerca de 550 passageiros.
Segundo a prestadora de serviços administrativos da rodoviária de Tubarão Dilcéia Leopoldo Monteiro os passageiros fazem poucas reclamações sobre o atendimento.
- Nunca tivemos reclamações fortes do atendimento dos funcionários, mas sempre tem pessoas que nos procuram para dar sugestões e algumas reclamações. Mas nada fora do normal. Além das empresas da cidade e municípios vizinhos também temos empresas de outros Estados que somente passam para desembarque” acrescenta.
Alguns dos funcionários da empresa destacam que existem muitas pessoas que não gostam de pagar passagem e fazem alguns escândalos.
- Certa vez uma mulher estava com duas crianças e não queria pagar passagem, dizendo que era um absurdo cobrarem de crianças, e fez um ‘barraquinho’. Mas fora isso nada de anormal, pois não temos de observar os fatos, estamos sempre ocupadas com alguma coisa, as vezes ficamos sabendo pelos outros funcionários o que aconteceu. As pessoas também brigam muito quando perdem o ônibus por minutos. Eles falam um monte, até falam que vão processar a empresa, é muito engraçado” comenta a Agente Rodoviária Cláudia Michele Medeiros.
Já o taxista Sandro Domingos, que trabalha desde março de 2001 na rodoviária, revela que desde que ele entrou ali não teve muitas mudanças.
- Está uma coisa monótona, não muda nada, a administração faz sua parte mas deveria fazer outras coisas, trazer mais recursos para a rodoviária - sugere.
- Sobre clientes a única coisa que mais acontece é eles fazerem a corrida de táxi e não querer pagar. Já houve casos de cliente não pagar mesmo e até ameaçar – conta Domingos.
O Terminal José Ghizoni, funciona 24 horas por dia, sendo que algumas empresas fecham em horário comercial, e algumas delas fazem revezamento de turnos.

Alimentando a fome passageira

POR ARTHUR LESSA

O Terminal Rodoviário Municipal José Ghizoni, foi inaugurado no dia 15 de novembro de 2000. Ele é administrado pela F. Silva Construções e Administração. A empresa venceu a licitação e ficará responsável pela exploração comercial do prédio por um período de 25 anos. O terminal é localizado na rua Padre Geraldo Spettman, bairro Humaitá. Entre os diversos pontos comerciais que funcionam dentro do terminal, estão as lanchonetes.
Elisete Goulart, que trabalha na Rodoviária desde a sua inauguração, tinha uma sociedade com. com a proprietária da Lanchonete Rodoviária. A empresária, de 39 anos, era sócia de sua prima Marilene da Silva, de 43 anos. Em meados do ano passado, resolveram desfazer a sociedade. Como haviam comprado duas áreas comerciais no terminal, Elisete montou a sua cafeteria no local que permanecia em desuso. Surgiu então a Lanchonete Geração II, que está em funcionamento desde setembro de 2005.
Ela começou a trabalhar com lanchonetes quando vendeu o estabelecimento comercial que tinha aqui e foi tentar a vida em São Paulo, onde seu marido tem família. Assustada com a violência da metrópole e preocupada com a segurança de seus dois filhos, Elisete resolveu voltar para Tubarão, depois de cinco anos. Seu marido ainda permaneceu na capital paulista administrando a lanchonete do casal, alimentado esperanças de que ela voltasse atrás em sua decisão. Como Elisete estava irredutível, ele vendeu o estabelecimento e também voltou.
- É melhor de ganhar dinheiro lá. Mas não vale a pena com tanta violência - afirma a empresária.
Um dado interessante é o fato das duas lanchonetes do terminal trabalharem em rodízio. No dia em que uma fica aberta das 7h às 23h, a outra trabalha por 24 horas.
Além da Geração II, na rodoviária, Elisete ainda administra a praça de alimentação da Feinvest e tem uma lanchonete na cidade de Tubarão, chamada Geração.

Sanitários precisam ser melhor utilizados

POR EDNILSON PERDONÁ

Viajar e ser obrigado a esperar a condução numa rodoviária é para muita gente algo que requer paciência. E para que esse esperar não seja muito estressante, o ambiente deve ser adequado para o bom atendimento. É a lanchonete para um cafezinho, uma loja de variedades e principalmente oferecer sanitários para o uso das pessoas em situações, que nem sempre estão programadas.
No terminal rodoviário José Ghizoni em Tubarão, as possíveis opções foram planejadas e o local dispõe de lanchonetes, lojas e principalmente quatro sanitários.
Eles estão disponíveis para o uso de quem trabalha ou que se serve do ambiente ao anteceder suas viagens. Recebem cuidados dentro de uma rotina higiênica que é mantida diariamente através do trabalho realizado por uma zeladora.
Jucelina, funcionária responsável pelo serviço, diz que os sanitários são diariamente usados de forma gratuita por aproximadamente cerca de 400 pessoas. Ela espera que o usuário ajude a manter os sanitários limpos.
- E isso não é difícil, basta pensar naquelas pessoas que também vão usá-los depois - disse.
Uma outra situação que deixa Jucelina preocupada é o estado das portas pelo lado de dentro de cada unidade do sanitário. Isso lhe desagrada ao dizer:
- Fica feio e não é legal que nossos usuários estraguem a pintura das portas. Elas estão quase todas sujas com tantas palavras feias ali escritas. E isso é constantemente percebido - conclui.
Para Alcinei, funcionário da empresa Santo Anjo , o usuário dos sanitários não tem consciência de que precisa manter o local limpo e utilizá-lo adequadamente.
- No final do dia, tenho pena de quem faz a limpeza. Parece que as pessoas não pensam em quem limpa e cuida disso aqui. Os papeis usados são jogados fora da lixeira e isso fica muito feio e desagradável - diz.
O terminal rodoviário José Ghizoni de Tubarão está localizado na Rua Padre Geraldo Spettman, 772 e funciona diariamente 24 horas.

Quem trabalha em rodoviária sempre tem uma história para contar

POR ALEX CICHELA

Todos os lugares públicos têm suas histórias particulares, e uma rodoviária não foge desse cenário. A rodoviária regional José Ghizoni na cidade de Tubarão, tem em média a circulação de 550 pessoas por dia, indo e vindo de várias cidades da região.
Pessoas que trazem consigo histórias diversas, ocorridas durante suas longas viagens e passagens por vários municípios.
O motorista Augusto dos Santos da empresa de transporte Pluma, conta que a cada dia, um fato curioso e engraçado ocorre em uma rodoviária. São historias que poderiam preencher as páginas de um livro.
A proprietária da banca de jornais Adelaide Almeida Bressan, também conta dos fatos engraçados que ela presenciou durante seus anos de trabalho. Ela fala que o mais comum são brigas de casais, onde a mulher traída pretende ir embora e o marido não deixa, fatos ainda mais estranhos também já aconteceram por lá. Como foi o caso do andarilho extremamente bêbado que circulava pelas lojas pedindo dinheiro e oferecendo peixe cru para quem ele encontrava.
A funcionária de uma das lanchonetes Letícia dos Santos, lembra de um fato que ela afirma nunca esquecer. Um homem de meia idade, queria converter todas as pessoas que estavam fazendo refeições. Letícia disse que o homem foi convidado a retirar-se várias vezes, mas insistia em que só estava fazendo um trabalho de fé, onde Deus tinha dito a ele que deveria encontrar o maior número de fieis. Ela disse que a partir desse momento todos os clientes começaram a prestar a atenção no profeta em questão, fazendo com que todos os clientes começassem a entrar na brincadeira.
Alguns podem pensar em tudo isso como histórias urbanas, fatos engraçados do dia-a-dia de pessoas comuns, mas de acordo com todos os funcionários, são por momentos assim que vale a pena trabalhar. Pois de acordo com carregador Luiz Carlos quem trabalha em uma rodoviária sempre tem uma história pra contar.

Motorista e socorrista

POR SILMAR WELTER

Camisa branca ou azul-clara, com ou sem gravata. O uniforme muda pouco de uma empresa para outra, mas faz os motoristas de ônibus se destacarem entre as pessoas que circulam pela rodoviária de Tubarão. Segundo Dilcélia Monteiro, funcionária da administração da rodoviária “não se sabe o número exato de quantos motoristas passam, todo o dia, por aqui”. Para os que chegam, são poucos minutos de parada. Somente o tempo de esperar pelo embarque de quem está com a passagem. E a viagem segue.
Em comum, estes homens têm as histórias. A maioria delas envolvendo passageiros. O que mais acontece, contam eles, é a pessoa pegar no sono e perder o ponto de desembarcar. Nestes casos, o passageiro desce na parada seguinte e acaba gastando mais tempo e dinheiro para retornar ao destino.
Com um cafezinho na mão, no guichê da empresa, enquanto espera a hora de iniciar a viagem para Curitiba, Gilmar Viana recorda um dos casos que marcou os oito anos de estrada. Ao parar o ônibus num restaurante, na beira da BR-101, próximo a Florianópolis, uma mulher, com mais de 40 anos, começou a passar mal.
- Estava tendo um princípio de enfarte -, conta ele.
- Fiz os procedimentos que aprendi sobre os primeiros socorros, enquanto esperava a chegada de uma ambulância - explica Viana, que recebeu da empresa treinamento sobre como prestar os primeiros atendimentos em casos de emergência. Sobre a passageira, Viana só sabe que ela foi levada ao hospital. A viagem teve que seguir.
Como esta, outras e das mais variadas situações já se passaram dentro de um ônibus. Histórias guardadas na memória dos mais de 200 motoristas que, estima-se, passem pela rodoviária de Tubarão todos os dias.

Um transporte para a vida

POR DAIANI CHAVES

Dona Terezinha Carvalho, 48 anos, Criciumense, se divide entre a rotina da casa e as viagens a Florianópolis. Mãe de três filhos ela faz o percurso Tubarão - Florianópolis pelo menos quatro vezes por mês, sem contar a viagem de Criciúma a Tubarão. Seu neto Victor, sofre de paralisia cerebral e precisa ser internado constantemente por suas crises convulsivas.
A dona de casa geralmente leva junto a filha mais nova Cláudia, que sonha ser fisioterapeuta. Cláudia participa das sessões que a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Criciúma realiza para as famílias dos portadores de necessidades especiais.
De todas essas viagens que já fez, Dona Terezinha já passou por maus bocados, desde perder o ônibus até acidentes, tanto que era seu filho mais velho que sempre a acompanhava e desde o episódio do acidente não quis mais ir. Na última viagem há quatorze dias o pneu do ônibus que vinha de Criciúma furou e ela perdeu o que ia para Florianópolis. Nessa semana resolveu vir antes para não correr o risco de perder de novo.
Ela comenta que fora os imprevistos a viagem é muito tranqüila e confortável. Sempre encontra pessoas conhecidas e conhece novas, como também é o caso das aposentadas Janete de Souza e Olindia de Oliveira, que se conheceram em suas viagens para Florianópolis na década de 90. Nessa época ainda utilizavam a rodoviária no centro. As duas têm filhos e parentes que moram na Capital e em uma de suas viagens Dona Janete sentou ao lado de Olindia, começaram a conversar e acabaram se tornando amigas, tanto que depois disso já até trabalharam juntas. Agora sempre que precisam se deslocar a Florianópolis, combinam para irem juntas. Assim elas podem ir conversando e matar as saudades já que mesmo morando na mesma cidade dificilmente se encontram.
Assim como Dona Tereza e sua filha Cláudia, as amigas Janete e Olindia levam muito mais do que a recordação das esperas e despedias na rodoviária. Levam também a esperança do reencontro.

Direitos dos passageiros de ônibus ainda são desconhecidos entre a população

POR MARCO ANTONIO MENDES

O trabalho numa rodoviária pode não parecer tão simples ou tão complicado quanto parece ser. Passageiros irritados, atrasos, problemas entre agências de cidades diferentes, preços altos, fiscalização. Estes são os problemas mais comuns que podem acontecer quando se conhece melhor este ambiente tão essencial e popular.
A Rodoviária de Tubarão, que possui um médio porte de linhas, já pode sentir todo um processo de correria principalmente nos dias em que há feriados prolongados ou no período de férias. Carnaval, Páscoa e Natal são as datas que já estão programadas pelas empresas de ônibus para dispor de mais ônibus, que são chamados de extra.
Os destinos mais procurados pelos passageiros da região são Florianópolis e Criciúma, além dos interestaduais, onde é mais comum viagens a Porto Alegre, Santa Maria e São Paulo.
Um dos grandes problemas que as empresas enfrentam são os passageiros que desconhecem as leis e seus direitos. Segundo Márcio de Souza, funcionário há mais de 20 anos da empresa Santo Anjo, aos poucos as pessoas estão buscando saber mais sobre o que deve ser cumprido, mas ainda há muito para ser divulgado e aprendido.
Pais que querem viajar com os filhos menores sem que estes tenham identificação podem dar uma multa à empresa de até três mil reais. A lei diz claramente que nenhum menor pode viajar sem identificação dos pais. A partir dos 13 anos de idade é possível que alguém responsável responda pela criança, sem que uma identificação seja obrigatória.
O passageiro que desiste da viagem e tem a passagem comprada pode devolver seu bilhete com até seis horas de antecedência. Entretanto, as empresas devem cobrar 5% do valor, por determinação do Departamento de Transportes e Terminais (Deter), que é o órgão estadual que fiscaliza as empresas.
O transporte de animais é permitido desde que seja de pequeno porte, esteja em uma gaiola e colocado no bagageiro. Se o passageiro for deficiente visual tem o direito de levar o animal junto com ele, nas poltronas. Se uma mulher que esteja grávida embarcar e tiver um comprovante de seu médico que não pode ficar perto de animais, por motivo de eventuais transmissões de doenças, ela possui o direito de reclamar na empresa e esta retirar o passageiro que estiver com porte de animal. Neste caso o direito da gestante prevalece sobre o do deficiente.
Ainda segundo Souza está havendo cada vez mais uma maior fiscalização entre as empresas rodoviárias que podem ser advertidas ou multadas pelo Deter e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que é um órgão federal que confere as linhas interestaduais, internacionais e de turismo.

Campanha para diminuir o preço da passagem

As empresas de transporte rodoviário estão em uma luta contra o governo para diminuir o valor das passagens em até 18%. As empresas rodoviárias não conseguem entender o motivo que leva as empresas aéreas a não pagar imposto algum ao governo e eles serem obrigados a deixar a passagem num preço elevado, sendo que ela poderia ser muito mais acessível ao passageiro. A taxa em questão é referente ao Imposto sobre Circulação e Serviços (ICMS) de Transporte Intermunicipal e Interestadual e a taxa de administração que deve ser repassada aos Deter e a ANTT. Os usuários de transporte rodoviário também podem entrar na campanha enviando e-mails para o endereço: ledam@stf.gov.br.

Rotina de muito trabalho e movimento

POR DENISE SILVA

A rodoviária municipal de Tubarão, situada na Avenida Padre Geraldo Spettman, no bairro Humaitá, foi inaugurada em 2000 e conta com bilheterias, sanitários, serviço de telefonia, seis empresas rodoviárias, duas lanchonetes e lojas em geral.
A estrutura pode ser considerada boa para abrigar as mais de 500 pessoas que passam pelo local diariamente, como é o caso da dona de casa Maria Joanita, de 53 anos. Ela viaja todas as terças e sábados para a cidade de Florianópolis, onde faz um tratamento em decorrência de um problema sério de rins. Pessoas como dona Maria Joanita possuem muitas histórias para contar e muitos amigos que fazem por lá. Dona Joanita diz que conhece todos os funcionários da Rodoviária.
- Faz quatro anos que faço visitas aos meus queridos amigos, conheço o João Edílio funcionário da Empresa Santo Anjo, que adora contar piadas, a Talita da Lanchonete Rodoviária e as meninas da limpeza que por sinal deixam tudo limpinho pra gente - conta.
E realmente os banheiros estão em boa conservação, apesar da quantidade de pessoas que circulam por lá.
Mas não é só de empresas de transportes que a rodoviária sobrevive. As lojas de variedades geram uma boa renda. A comerciante Adelaide Almeida Bressan, dona da Prifama Sorvetes, diz que não é fácil conseguir pessoas que queiram trabalhar no comércio da rodoviária.
- È difícil, pois muitas pessoas não querem trabalhar das 7:30 as 22:00h, pois acham cansativo, aqui nós só fechamos um dia por ano, no dia 25 de dezembro, por conta do Natal - argumenta a comerciante.
Adelaide Bressan ainda diz que os melhores dias para o faturamento são nas sextas-feiras e nos domingos quando o desembarque de ônibus é bem maior. Para quem quer trabalhar na rodoviária vale a pena lembrar que é um lugar seguro. Desde a instalação do posto da Policia Militar de Tubarão, há 14 meses, os pequenos furtos diminuíram. O Cabo Jéferson Luís diz que no começo por conta dos acampamentos ciganos ao lado da rodoviária eram contates os furtos de pequenos objetos como relógios e celulares, mas com a presença da polícia a rodoviária ficou muito mais segura. O posto funciona diariamente 24horas por dia, tendo quatro policiais que se revezam diariamente.

Passageiros aprovam os serviços da Rodoviária de Tubarão

POR LORIANE KRÜGER

A estação rodoviária de Tubarão foi inaugurada em dezembro de 2000. Ela leva o nome de José Ghizoni, um dos pioneiros do transporte coletivo de passageiros em Tubarão, representante de uma tradicional família da cidade.
A nova rodoviária era um anseio da comunidade que até então contava com um terminal ultrapassado e em péssimas condições.
- Na antiga não tinha nem lugar para sentar - lembra a dona de casa Inês Corrêa da Rosa.
O terminal ocupa uma área de 13.880 metros quadrados, sendo 4.234 metros quadrados de área coberta. O prédio tem as plataformas para embarque e desembarque, vinte guichês para vendas de passagens, lojas, lanchonetes e instalações para polícia, Dner, Deter, Juizado de Menores, central turística e local para estacionamento de 50 carros.
A terceirização da administração do local foi a solução encontrada para cobrir o alto investimento que segundo dados da prefeitura passou de um milhão de reais. O médico veterinário, Rosemberg Tartari, viaja com freqüência e acredita que a terceirização da rodoviária melhorou a qualidade dos serviços prestados à população.
- Os banheiros são limpos, o local é bem conservado e as empresas cumprem os horários. Apenas no verão sofro um pouco com atrasos de ônibus - diz.
A estação rodoviária recebe aproximadamente 550 passageiros por dia, mas na temporada de verão este número duplica. Mesmo na alta temporada o local fica limpo e os serviços prestados são de qualidade, afirma a secretária da administração Dilcélia Monteiro. Os destinos mais procurados pelos passageiros são Florianópolis, Porto Alegre e Criciúma. A empresa Santo Anjo é a que disponibiliza o maior número de linhas. Segundo a funcionária Kelly Patrício, a empresa oferece 35 destinos diferentes e cerca de 40 carros por dia.
- Temos movimento de passageiros 24 horas - completa Kelly.