Por EDNILSON PERDONÁ
De Orleans
A greve dos professores nas escolas públicas mantidas pelo Estado de Santa Catarina passa de um mês com mais de 5 mil professores apoiando o movimento e seus milhares de alunos sem aula. Mas, em Orleans na Escola de Educação Básica Toneza Cascaes, os cerca de 55 professores estiveram parados e os mais de 1.200 alunos sem aula por três semanas por um outro motivo: a grande população de pombos.
Uma denúncia encaminhada à promotoria pública foi determinante para que a Vigilância Sanitária fechasse a escola por tempo indeterminado.
No prédio onde as aulas acontecem, centenas de pombos-correios vivem no telhado e estão causando problemas de saúde aos alunos do estabelecimento.
O bioquímico e diretor da Vigilância Sanitária de Orleans, Dalmo Michels diz que “a medida adotada pelo órgão se justifica para evitar maiores problemas de saúde aos educandos, pois vários casos de alergia envolvendo crianças e adolescentes que freqüentam à escola foram registrados pelo posto de saúde”.
Vários alunos do estabelecimento já enfrentaram problemas gerados pelos pombos que vivem no forro das salas onde as aulas são realizadas. A estudante da sétima série, Patrícia Spricigo conta que ficou 15 dias em tratamento médico e usando medicamentos para curar uma alergia provocada pelos pássaros.
- Na sala de aula o meu braço foi tocado por um piolho que deixou a minha pele tão irritada que fui parar no hospital - lamenta.
A situação também deixou os professores preocupados com a saúde dos seus alunos. Além de piolhos, os pássaros também defecam sobre os estudantes. Segundo a professora de Ciências, Elizandra Leandro, “a convivência com os pombos sobre as salas de aula causa dificuldades para a gente manter os alunos concentrados no conteúdo, pois a qualquer momento eles podem ser atingidos pelas fezes dos pássaros que vivem e tem filhotes no forro da construção. Por isso a medida adotada pela Vigilância Sanitária interditando a escola vai evitar constrangimento para todos nós”, justifica.
A interdição obrigou a direção da escola a buscar uma solução para o problema.
- Diante da dificuldade e com as atividades suspensas na nossa escola, nós da direção em conjunto com a Associação de Pais e Professores decidimos substituir o forro das salas de aula e tampar os lugares por onde estes pássaros tinham acesso e permanência no ambiente - justifica o diretor Geraldo Zanini.
Agora, com o problema resolvido as aulas no educandário que funciona há 42 anos em Orleans foram reiniciadas na segunda-feira (29/5). Os dias que os alunos ficaram sem aula, serão compensados e para isso, diz a direção, uma reunião com os professores acontecerá na próxima semana para encontrar uma alternativa.
sexta-feira, junho 02, 2006
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